18/08/2009 , 21:07:20
"Crime hediondo causou grande comoção social na pacata cidade de Ipaba. Julgamento de réu já havia sido adiado por duas vezes"
IPABA/IPATINGA – Depois de ter o julgamento adiado por duas vezes, Josias Miguel da Silva, de 45 anos, enfim sentou no banco dos réus, nesta terça-feira (18), no Fórum da Comarca. Em sessão presidida pelo juiz Antônio Augusto Calaes de Oliveira, da 2ª Vara Criminal, ele foi condenado a 40 anos de prisão por assassinar a filha e a esposa, em Ipaba. A pena deverá ser cumprida em regime fechado.
Conforme sentença proferida pelo juiz Antônio Calaes, o hediondo crime “causou grande comoção social na pacata cidade de Ipaba, onde a população ficou espantada com a crueldade do réu ao exterminar a filha e a esposa”.
De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP), que foi representado no julgamento pelos promotores Rafael Pureza Nunes e Marcela Harumi Pereira, no dia 5 de maio de 2007, Josias chegou em casa – na Rua Agostinho Teodoro da Cunha, no Bairro Bela Vista, em Ipaba – completamente embriagado. Ele provocou uma discussão com a esposa, Marta Teixeira da Silva, 38, a agredindo com uma toalha enrolada. Os filhos do casal, que já estavam dormindo, levantaram-se assustados e tentaram apartar a briga. Sem titubear, Josias armou-se com um revólver calibre 38 e efetuou um disparo nas costas da filha Naiara Andressa da Silva, 18. Quando a adolescente virou-se, o réu ainda deu mais um tiro contra ela, acertando o pescoço.
Marta se ajoelhou perto da Nayara para tentar socorrê-la. Não satisfeito em apenas assassinar a filha, Josias ainda tentou matar a esposa, dando um tiro no peito dela, que ainda estava ajoelhada.
Nayara morreu ainda na casa da família. Já Marta perdeu a vida no dia 22 de fevereiro de 2008 em função de uma infecção no estômago. O problema de saúde surgiu em decorrência do fato dela ter sido baleada pelo marido.
Adiamentos
Josias seria julgado pelo assassinato de Naiara e pela então tentativa de homicídio contra a esposa no dia 27 de fevereiro de 2008. Entretanto, por Marta ter morrido cinco dias antes do julgamento, o Poder Judiciário optou por adiar o júri e rever o processo.
O julgamento do réu foi remarcado para o dia 28 de abril. No entanto, o Tribunal do Júri não pôde se reunir para julgá-lo porque o advogado dele, José Jeusmar, não compareceu à sessão.
Prisão
Josias foi preso um dia após o crime em uma área de reflorestamento da Cenibra. Na época, ele alegou que teria sido agredido pelos filhos e a mulher, por isso teria assassinado Naiara e tentado matar Marta. Nos autos do processo há um anexo com várias folhas de cadernos, manuscritas por Marta, relatando as constantes ameaças e agressões do marido.
