Assassino passará por perícia médica. Caso comprovado que tenha problemas mentais, ele deverá deixar o Ceresp de Ipatinga para ser tratado em um hospital psiquiátrico
No dia do homicídio, José Geraldo chegou a declarar à polícia que matou a mulher “porque o diabo pediu” IPABA – Atualmente recolhido no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) de Ipatinga, o lavrador José Geraldo da Silva, de 42 anos, assassinou a própria esposa, Marli Moreira da Silva, 46, no dia 8 de agosto deste ano, em Ipaba. Indiciado pela Polícia Civil por homicídio qualificado, ele poderá escapar de júri popular. O advogado de José Geraldo, Reinaldo Cândido Dias, sustenta que ele é portador de insanidade mental e já requereu que uma perícia médica seja realizada. A solicitação foi atendida pelo juiz Antônio Augusto Calaes de Oliveira, da 2ª Vara Criminal de Ipatinga, e o processo acerca do assassinato de Marli está suspenso.
O advogado Reinaldo Cândido esclarece que o laudo da perícia médica a ser realizada no réu poderá concluir que ele é completamente incapaz de entender o ato delituoso do fato, ou seja, que não sabia o que estava fazendo quando matou a mulher. Caso isso aconteça, conforme prevê a Lei, o lavrador não poderá ir a julgamento. “Houve uma audiência em que José Geraldo conversou com o juiz Antônio Augusto Calaes. O magistrado percebeu que havia algo errado no comportamento dele e concordou em verificar a possível presença dessa insanidade mental”, explicou Reinaldo Cândido na tarde desta quinta-feira (16).
Se de fato ficar comprovado que José Geraldo é mentalmente insano, o juiz Antônio Augusto Calaes deverá determinar que ele saia do Ceresp e seja tratado em algum hospital psiquiátrico.
O assassinato
Na madrugada de um domingo, Marli Moreira foi estrangulada e violentamente golpeada com um tamborete quando estava deitada, lendo a Bíblia, em sua residência, na Avenida José Rodrigues de Almeida, no Centro de Ipaba. Autor confesso do crime, José Geraldo se entregou à Polícia Militar e foi levado à 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil (1ª DRPC) de Ipatinga. O homicídio deixou aterrorizados os moradores do município. O assassino chegou a declarar à polícia que matou a esposa “porque o diabo pediu”.
A PM chegou ao local do crime e encontrou Marli já sem vida, ensangüentada e caída no interior da residência. O lavrador disse aos policiais que foi obrigado a matá-la, uma vez que ela estava lhe ameaçando e também estava muito agressiva. Na ocasião, José Geraldo afirmou que primeiro estrangulou a esposa e depois deu três pancadas na cabeça dela com o tamborete. Havia ferimentos nos braços da vítima, indicando que ela ainda tentou se defender.
Declarações
Ainda no dia do homicídio, o lavrador, que já havia sido preso por crime ambiental, conversou com o jornal VALE DO AÇO e revelou que conhecia Marli há três anos, mas que eles passaram a se relacionar como marido e mulher e morar juntos havia cerca de oito meses. O assassino deu estranhas e macabras declarações acerca das circunstâncias que teriam motivado o crime. Segundo ele, assassinou Marli porque o diabo mandou. José Geraldo justificou que “o demônio queria o sangue de Marli”.
Também conforme o homicida, ele e a esposa ingeriram cachaça na tarde do dia anterior ao assassinato. No entanto, o lavrador garantiu que a embriaguez do casal não culminou no crime. Antes de matar a esposa, o lavrador a obrigou a engolir dentes de alho, conforme ele, para “purificar a alma dela”.
Após cometer o assassinato, o lavrador pulou uma das janelas da residência e foi para a rua. Segundo testemunhas, ele gritava: “Socorro, aconteceu um negócio. Marli está morta. Podem chamar a polícia pra mim”.