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9 de out. de 2009

Drogas podem ter provocado tragédia com ares cinematográficos em Ipaba

Fugindo da polícia, homem pula em lagoa e desaparece. Antes, ele havia agredido comerciante com cacos de vidro e esmurrado policial militar


IPABA – Durante toda esta sexta-feira (9), militares do Corpo de Bombeiros de Ipatinga realizaram buscas na lagoa de Ipaba, localizada no Bairro Nossa Senhora das Graças. O objetivo era o de encontrar o corpo do ajudante Robson Antônio Fagundes, o Robinho, de 39 anos, que – na noite de quinta-feira (8) – numa tentativa desesperada de escapar de policiais, pulou nas águas e não mais foi visto. Até o fechamento desta edição, o suposto cadáver não havia sido encontrado.

Tudo teve início quando a vítima assaltou o comerciante José Vieira Pinto Filho, 57, dono de um bar na Rua Olívia Rodrigues Vieira, no Bairro São José. “José Vieira revelou para nossos policiais que ‘Robinho’ chegou a seu estabelecimento comercial e, após tomar uma cerveja, esperou que todos os clientes fossem embora, quebrou uma garrafa e, usando o gargalo dela, passou a ameaçá-lo e pedir dinheiro”, comentou o cabo Paulo Gomes.


De acordo com o militar, o comerciante não quis entregar nenhuma quantia para Robson. “Diante da recusa da vítima, ‘Robinho’ passou a agredi-la com esse gargalo e desferiu alguns golpes contra seu braço, conseguindo tomar dele aproximadamente R$ 500. José Vieira foi encaminhado para um hospital em Ipatinga e, depois disso, iniciamos rastreamentos em Ipaba, na tentativa de localizar o autor do crime. Através de uma denúncia anônima, tomamos conhecimento de que ele estava escondido numa residência no Bairro Nossa Senhora das Graças, na casa de um cidadão conhecido como ‘Borracha’”, explicou o cabo Paulo Gomes.
Ainda conforme o militar, inicialmente ‘Robinho’ não foi encontrado na residência de ‘Borracha’. “Resolvemos dividir nossa equipe para tentar encontrar o proprietário do imóvel. Pouco depois de fazermos isso, ‘Robinho’ apareceu na frente de um de nossos policiais. O militar tentou fazer a prisão, mas ele reagiu com agressões, não sendo possível algemá-lo. ‘Robinho’, que aparentava estar sob uso de drogas, conseguiu fugir. Nosso militar teve lesões no dedo e na região frontal da cabeça”, descreveu.

Prisão

O cabo Paulo Gomes afirmou que foi possível saber o paradeiro de ‘Robinho’ através de outra ligação anônima. “Ficamos sabendo que ele havia ido sentido à lagoa. Quando fomos para o local, ouvimos uma pessoa fazendo barulhos já no interior da lagoa, gritando por socorro. Tentamos acalmar ‘Robinho’, o orientando a voltar para as margens, mas ele não quis e desapareceu. Toda a ação dele foi de uma pessoa drogada, fora do controle. Ele resistiu a uma abordagem, agrediu um policial, pulou vários quintais, por cima de telhados, tudo sob o efeito das drogas. Ele queria – de qualquer maneira – fugir”, concluiu o policial.

Criminoso

Robinho é morador da Rua Omar Coutinho, localizada também no bairro  Nossa Senhora das Graças. Natural de Belo Horizonte, ele é um velho conhecido da polícia, inclusive já cumpriu pena na penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, em Ipaba. No sistema do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), há registros de dois processos criminais que ele responde.   

Bombeiros

Os bombeiros iniciaram as buscas na lagoa por volta das 8h30, fazendo mergulhos. Com profundidade em alguns lugares de até 10 metros, a água é parada e barrenta, com indícios de bastante poluição, o que  atrapalha a visibilidade.


“Ó, a polícia está brava aí. Você não me viu não hein?”

Morador de uma casa nas imediações da lagoa de Ipaba, o pintor Willian Lopes Campos, de 21 anos, foi a última pessoa a estar com Robson. “Sentado na escada da minha casa, ouvi um barulho e achei que a parede do vizinho estava caindo. Cheguei para ver o que era e percebi que ‘Robinho’ estava descendo a rua correndo. Voltei e me sentei na escada de novo, aí ele pulou o muro e falou assim: ‘Ó, a polícia está brava aí. Você não me viu não hein?’”, comentou o pintor.

Segundo Willian, Robson ainda tentou se esconder. “Perto de um pé de manga, ele ficou abaixado e escondido. De repente, os policiais apareceram e, quando ‘Robinho’ viram eles se aproximando, entrou na água e foi nadando lá para o fundo. Ele não estava mais agüentando nadar, começou a gritar e pedir socorro. Os policiais chegaram à beirada da água e gritaram: ‘Ô Robinho, vem cá para a beirada rapaz. Você vai morrer aí’. Aí então ele falou: ‘Não, socorro, socorro, eu estou morrendo, me ajuda polícia, socorro’. Daí não escutamos mais nada e ‘Robinho’ desapareceu. Ele estava a uns 50 metros da margem, não havia como fazer nada, estava à noite e muito escuro”, complementou.
Fonte: JVA


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Voz do Povo

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