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9 de jul. de 2010

Famílias de ipabenses querem que a polícia brasileira investigue coiotes

IPABA – As famílias de ipabenses presos nos Estados Unidos estão desesperadas, sem saber informações sobre o paradeiro de parentes presos naquele país. Os ajudantes Elias Lourenço, 29, e Valdeir Gonçalves Santos, 30, são suspeitos no misterioso desaparecimento de uma família brasileira em dezembro do ano passado, em Omaha, no estado de Nebraska. Além dos dois, está detido, sob a mesma acusação, José Carlos Oliveira, 35, também natural de Ipaba.
A mãe de Valdeir, a dona de casa Maria Aparecida Gonçalves dos Santos, 50, disse que falou com o filho há mais de mês, mas ele não soube informar por que estava detido. “Ele falou assim: ‘mãe, eu estou preso aqui e não sei por quê. A tal família sumiu e suspeitaram de nós’. Então, meu filho não sabe por que está preso. Ele conseguiu fazer essa ligação por meio de um espanhol, que emprestou um cartão para ele. Depois disso, não tenho mais notícia”, relata.
Helena Lourenço Batista, 31, por sua vez, informou que sua família também está sem contato com Elias Lourenço há meses. “Ele não tem dinheiro para  ligar para casa. Quando conseguimos falar, há muito tempo, perguntei se ele tinha envolvimento no caso desta família. Ele falou que não e que também queria que a polícia esclarecesse os fatos”, revelou a irmã.

Suspeitas
Helena Lourenço estranhou o fato de os coiotes afirmarem com tanta certeza que a família brasileira estava morta. Ela revelou que, certo dia, conversou com um deles sobre o assunto, questionando a possibilidade de a família ter ido embora sem revelar o paradeiro. “Mas um deles falou assim: a mulher de José Carlos, que é coiote, falou que a família está morta. Aí, perguntei do porquê dessa certeza e ouvi a mesma resposta,” reiterou.

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Elias e Valdeir trabalhavam com a família brasileira desaparecida há seis meses
  José Carlos teria dito para a esposa que não tem nada a ver com o desaparecimento da família e acusa os outros de serem os culpados. “Eu pergunto para ela se o marido tem envolvimento. Ela fala que não, acrescentando que Elias e Valdeir são os culpados. Tem que investigar isso aqui no Brasil também. Esses coiotes têm certezas demais”, pontua Helena. “Estão investigando lá, mas tem que apurar aqui no Brasil também. A mulher que levou meu irmão tem que ser investigada, porque a família dele está passando por dificuldades”, mencionou o irmão de Elias, Carlos Lourenço Batista, 36.
Entenda o caso
Vanderlei, Jaqueline e o filho deles, Christopher Szczepanik, desapareceram misteriosamente no dia 17 de dezembro do ano passado. A polícia foi acionada somente no dia 8 de janeiro de 2010. O apartamento deles foi deixado como se planejassem voltar para casa. Dias depois, dois veículos da família foram localizados, porém sem pistas das vítimas.
Os três moradores de Ipaba trabalhavam para Vanderlei Szczepanik e são os principais suspeitos. Eles estão sob a custódia da polícia de imigração desde fevereiro, por se encontrarem em situação irregular no país. De acordo com a polícia, os cartões bancários dos Szczepanik começaram a ser utilizados no mesmo dia em que a família desapareceu. Câmeras de segurança mostram José, Elias e Valdeir sacando dinheiro e usando os cartões para comprar comida e roupas. Os três gastaram o total de US$ 4.347,89.

Audiência
A audiência com os três, considerada fundamental pela polícia de Omaha, foi adiada para o próximo dia 20. A sessão da Corte aconteceria no mês passado, mas foi cancelada por falta de intérprete. O ex-funcionário de Vanderlei Szczepanik Ricardo Gonzalez-Mendez também foi preso porque deu um nome falso para a polícia, quando interrogado. Esse crime prevê uma pena de um a 20 anos de prisão.
Fonte: Jornal Diário do Aço

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