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12 de mar. de 2011

Esposas acusam réus de torturar e matar imigrante brasileiro nos Estados Unidos


As mulheres, ambas residentes em Ipaba (MG), disseram às autoridades norte-americanas que o motivo da suposta tortura e assassinato foi dinheiro
Uma testemunha alegou que operários brasileiros torturaram seu patrão, Vanderlei Szczepanik, esquartejaram seu corpo, colocaram em um saco com pedras e o jogaram do alto de uma ponte em um rio, em um subúrbio de Omaha, Nebraska. Quem disse? A esposa de um dos indivíduos acusados do crime, segundo o diário Omaha World-Herald.
Na realidade, as principais testemunhas no desaparecimento de Szczepanik e sua esposa, Jaqueline, e seu filho de 7 anos de idade, Christopher, são duas mulheres residentes no município de Ipaba, interior de Minas Gerais, localizada a milhares de milhas de Omaha.
Em 4 de março, o detetive Chris Spencer disse durante audiência na Corte que o Departamento de Imigração iniciou o processo de emissão de vistos para que as esposas de dois suspeitos venham aos EUA e testemunhem contra seus maridos: Valdeir Gonçalves dos Santos e José Carlos Oliveira Coutinho.
As autoridades não encontraram os corpos da família Szczepanik, mas o Juiz Thomas Otepka, do Condado de Douglas, determinou que Gonçalves seja julgado baseado em 3 acusações de assassinato em 1º grau. Neste estágio, frisou o Juiz, os promotores públicos terão que estabelecer somente uma causa provável, não provas acima de qualquer dúvida, que o crime foi cometido e que o réu foi quem o cometeu.
Até o momento, José Carlos e Elias Lourenço Batista, ainda não foram acusados de assassinato. Oliveira enfrenta a acusação de roubo e Lourenço aguarda a deportação.
As duas esposas dos réus disseram que o motivo da suposta tortura e assassinato foi dinheiro. Gonçalves balançou a cabeça diversas vezes quando as palavras de sua esposa foram ditas na sala de audiências da Corte do Condado de Douglas.
O advogado de Gonçalves, Kevin Ryan, disse que os promotores públicos não possuem sequer evidências necessárias para provar que houve um assassinato, muito menos que seu cliente tenha cometido algum. Ryan repetiu várias vezes aos promotores públicos que “as evidências eram fracas demais” e “extremamente vagas”.
Ele argumentou com Spencer como ele tinha certeza se estava falando com a esposa de Gonçalves. “É uma história macabra”, disse Ryan. “Mas é uma história contada pelo telefone por uma mulher invisível”.
Os promotores públicos Jim Masteller e John Alagaban defenderam as evidências. Em 17 de dezembro, às 8:00 pm, Vanderlei ligou para Jaqueline. Nesta mesma noite, às 11:58 pm, Oliveira foi filmado por uma câmera de segurança de um caixa eletrônico sacando US$ 300 da conta corrente de Vanderlei. Isso deu início à uma série de saques ao longo do mês.
Extratos bancários revelaram que Vanderlei nunca havia utilizado aquele cartão para sacar  dinheiro em caixas eletrônicos. No período de 2 dias, Gonçalves efetuou remessas no total de US$ 2 mil através da Western Union para sua esposa no Brasil. Em 2 semanas, ele enviou novamente mais US$ 2 mil. Spencer alegou que os suspeitos tiraram ainda mais dinheiro da conta corrente de Szczepanik.
Em 17 de dezembro, a conta tinha mais de US$ 20 mil de saldo e até 1 de fevereiro de 2010, quando os suspeitos foram questionados pelas autoridades, a conta tinha menos de US$ 1 mil. Spencer detalhou que os suspeitos preencheram cheques de Vanderlei nominais a eles mesmos. Oliveira recebeu US$ 7 mil e Gonçalves e Lourenço US$ 4.500 cada um. Os réus utilizaram cartões de crédito de Vanderlei para comprar US$ 1.600 em mercadorias variadas, incluindo chapéus, aquecedores e detergente.
A esposa de Gonçalves, cujo nome não foi divulgado, disse que, inicialmente, não queria falar com os detetives norte-americanos. Eventualmente, ela disse a Spencer via telefone que seu marido comentou dos três brasileiros torturando Vanderlei, forçando-o assinar cheques para eles, o matando e esquartejando seu corpo. Eles puseram o cadáver em um saco forrado com pedras, dirigiram até uma área repleta de máquinas e linhas de trem e, então, o jogaram no rio.
“Ele disse à ela que o esquartejou, o colocou em um saco com pedras para que não flutuasse”, disse Spencer. Ao ouvir a declaração, Gonçalves balançou a cabeça novamente.

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Voz do Povo

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