Pesquise Aqui!

20 de fev. de 2009

Moradores de Ipaba não aguentam mais a escassez de água



IPABA – A deficiência no abastecimento de água voltou a causar problemas e gerar reclamações dos moradores das partes altas de Ipaba. Além da escassez da fonte onde a Copasa faz captação, o córrego Água Limpa, a concessionária condiciona à renovação do contrato com a Prefeitura Municipal qualquer ampliação da rede de distribuição em Ipaba, a saída para resolver de vez a precariedade do abastecimento.

Enquanto a Prefeitura de Ipaba e a Copasa não chegam a um acordo, a população completa três anos com um abastecimento deficitário. Por causa dessa crise, até o Instituto de Gestão das Águas (Igam) foi acionado para fiscalizar o uso inadequado do recurso pelos proprietários rurais ao longo do córrego Água Limpa.

Contrato
O contrato entre a Copasa e o município de Ipaba venceu em 2005 e, no governo passado, faltou entendimento entre as partes para a sua renovação. O projeto autorizativo chegou a ser enviado à Câmara Municipal pelo ex-prefeito José Vieira, mas os vereadores discordaram do prazo de 30 anos para concessão dos serviços de água e esgoto na cidade e travaram o fechamento do contrato.

O atual prefeito de Ipaba, Geraldo dos Reis Neves (PMDB), anunciou que vai reencaminhar uma proposta ao Legislativo para renovar o contrato com a Copasa. Ele destacou que a Câmara está renovada e os atuais vereadores deverão aprovar a proposta. “Eles viram o resultado das decisões da legislatura passada”, alertou.

O gerente do Distrito da Copasa em Ipatinga, Franklin Otávio Coelho Mendonça, informou que a empresa abastece cerca de 15 mil moradores em Ipaba, mas que a rede precisa de ampliação para atender a toda a cidade. Franklin disse que a Copasa tem previsão de investir R$ 1,6 milhão em obras em Ipaba, mas, para isso, precisa da renovação da concessão.

Ajuda de vizinhos para cozinhar e tomar banho

Ainda que o atual governo acerte com a Câmara de Ipaba a aprovação do projeto para renovar o contrato de água e esgoto com a Copasa, o município ainda deverá demorar no mínimo mais seis meses para concluir o seu Plano de Saneamento, um estudo obrigatório que precisa ser elaborado com a participação da população e de entidades representativas. “O processo não é rápido, mas, enquanto isso, vamos pedir à Copasa que encontre soluções”, afirma o prefeito Geraldo dos Reis (PMDB).

Enquanto isso, moradores das partes altas de Ipaba sofrem com a falta de água nas caixas e nas torneiras. A dona de casa Maria do Carmo Torres, do bairro São José, tem quatro crianças em casa e, na semana passada, ficou cinco dias sem água. A saída é buscar nos vizinhos que contam com poços artesianos.

Na mesma situação, Cleunice de Souza disse que usa água da lagoa de Ipaba para lavar roupas e vasilhas. “O banho é limitado, mas para cozinhar, pego água do poço com o vizinho”, detalha. Situação pior é a de Cleonice Assis, que mora no bairro Nossa Senhora das Graças, que, por ser o mais alto, é também o que mais sofre com a falta de água.
Fonte: Diário do Aço

Nenhum comentário:

Voz do Povo

Compartilhe