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27 de jan. de 2010

Jovens foram mortos dentro de casa, na zona rural carioca 




IPABA – Após cinco dias de espera, os familiares dos irmãos Daniel, 28, e Amós Ferreira de Oliveira, 32, que foram mortos dentro de casa, no Bairro da Taquara, zona rural do Rio de Janeiro (RJ), irão finalmente sepultar os corpos dos rapazes, em Ipaba. O enterro está marcado para as 8h desta quarta (27), no Cemitério do município. Os corpos estão sendo velados na Igreja Assembléia de Deus, no Centro da cidade.
Em entrevista ao jornal VALE DO AÇO na tarde desta terça-feira (26), o aposentado Efigênio Rodrigues de Oliveira, 75, pai dos jovens, contou que recebeu a notícia da morte dos filhos na manhã de sábado (23). “Eram três filhos meus que moravam no bairro onde aconteceu a tragédia. O mais velho foi para lá há mais de seis anos. Há três anos o Amós também seguiu e, há uns seis meses, o Daniel também. Eles trabalhavam pintando casas, por conta própria. Sempre nos ligavam para dar notícias, mas no sábado de manhã o meu filho mais velho ligou sem falar ‘nada com nada’. Ele disse que os meninos foram mortos a tiros enquanto dormiam, dentro de casa. E que só não aconteceu o mesmo com ele porque percebeu a entrada dos bandidos e se escondeu atrás da porta. Ele contou que eram uns três bandidos e que ninguém levou nenhum objeto de valor”, disse Efigênio, enfatizando desconhecer o motivo das mortes.

A dona-de-casa Marília Ferreira Oliveira, 70, mãe dos jovens, disse que já não agüenta mais tanto sofrimento. “Desde sábado eu não durmo. Foi só hoje que consegui comer duas colheres de comida. Sou mãe de 13 filhos e jamais imaginei que perderia algum deles dessa maneira”, lamentou, enfatizando que Daniel já foi preso por brigar na rua, mas Amós nunca lhe deu nenhum tipo de problema.

Daniel deixou duas filhas - de um e três anos -, e Amós uma filha de um mês. Todos estão com os avós. “A mãe das filhas do Daniel abandonou a casa e deixou as crianças para a gente cuidar. Já o Amós nem chegou a conhecer a filha, infelizmente”, disse dona Marília.

Batalha
Desde o recebimento da notícia da morte irmãos, os familiares de Amós e Daniel travaram uma corrida contra o tempo para fazer o traslado do corpo dos rapazes. “O nosso maior desejo era fazer um velório com dignidade, para dar o último adeus”, disse a cunhada Nancy Barbosa de Oliveira. “Meu marido, que estava internado, devido um problema nos rins, pediu alta do hospital para correr atrás do dinheiro. A prefeitura nos deu R$ 1.700 e a família toda juntou o pouco que tem para totalizar a quantia, que se aproxima dos R$ 4.000. Precisamos ainda de cerca de R$ 1.000 para pagar a multa que o carro da funerária tomou no trajeto e os medicamentos gastos para manter os corpos por 72 horas, além dos caixões e da arrumação dos corpos. A nossa maior dificuldade para trazer o Daniel e o Amós foi que eles tinham sido assaltados há pouco tempo e, neste assalto, levaram os documentos deles”, disse.

Naturais de São João do Oriente, os irmãos se mudaram com a família há 11 anos para Ipaba. A polícia investiga o caso.

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Voz do Povo

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