A Polícia Militar usou bombas e gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.
Algumas pessoas foram detidas. Os manifestantes depredaram alguns ônibus na parte da manhã. Depois, interditaram as vias de acesso a Ipaba, colocando fogo em pneus. Até mesmo a BR-458, que interliga o Vale do Aço ao Estado do Rio de Janeiro, passando pela Zona da Mata, foi interditada.
Logo que escureceu os manifestantes foram para o centro da cidade e colocaram fogo em pneus, interditando uma das principais vias do município. Houve confronto com a Polícia, que usou bombas para dispersar os manifestantes.
Uma fumaça tomou conta de vários pontos da cidade e cerca de 30 pessoas
foram detidas. Segundo a Polícia Militar, grande parte são conhecidos
por terem praticado alguns delitos.
O confronto dessa segunda-feira se intensificou à tarde, quando os manifestantes bloquearam as vias de acesso a Ipaba e depois a BR-458, que interliga Ipatinga (Vale do Aço) a Caratinga ( Zona da Mata).
A onda de protestos que percorre o país encontrou nesta pequena cidade
do Leste de Minas Gerais um motivo para ressonar e provocar até mesmo
este confronto entre os manifestantes e a Polícia Militar. Já há algum
tempo, os moradores do município aguardam a decisão de um impasse para a
redução do valor da tarifa dos ônibus da empresa Univale que fazem a
linha Ipaba-Ipatinga, cujo preço cobrado é de R$ 4,15.
Segundo alguns moradores, que conversaram com a reportagem do PLOX, há
cerca de seis anos a pavimentação da MG-A900 possibilitou a redução do
trajeto feito pelos ônibus que agora percorrem cerca de 4,5 quilômetros
a menos, “mas a empresa continua cobrando como se percorresse os 22,5
Km do antigo trajeto”.
O PLOX conversou com Paulo Sérgio de Jesus, um dos organizadores do
movimento. Ele mostrou documentos e afirmou que desde o ano passado uma
Associação de Moradores da cidade protocolou no Ministério Público de
Ipatinga uma representação pedindo a redução do valor cobrado, mas a
Promotoria “fechou os olhos para a situação de Ipaba”.
Uma mulher
que trabalha como empregada doméstica disse que várias “patroas” de
Ipatinga estão dispensando suas colegas, pois fica muito caro custear o
transporte. Ainda segundo ela, o mesmo se aplica a outros profissionais,
incluindo pedreiros, jardineiros, comerciários e outros.
Ex-funcionário denuncia “esquema entre empresas e políticos”
Um
ex-funcionário de uma empresa de transporte coletivo da região do Vale
do Aço procurou o PLOX na noite dessa terça-feira e disse que queria
denunciar um “esquema entre as empresas e alguns políticos da região”.
Segundo ele, este “esquema funciona interruptamente há décadas”, pois
beneficia candidatos a cargos eleitorais e empresas do ramo. Ainda
segundo o homem, que pediu para não ser identificado, durante o tempo
que trabalhava neste setor ele pode presenciar o funcionamento do tal
“esquema de corrupção”, no qual alguns políticos usam ônibus para
atender alguns eventos promovidos por eles junto à comunidade, sem pagar
pelos serviços. Segundo o denunciante, os ônibus são cedidos a pedido
dos políticos para acompanhar velórios, partidas de futebol, festas
comunitários, passeios de idosos, excursões infantis e outros eventos
para, assim, “fazer média com a população e angariar votos nas urnas”.
Perguntado
sobre quais vantagens as empresas obteriam cedendo os ônibus, ele
explicou: “Simples demais, quando estiver na época da empresa apresentar
as planilhas para aumentar o valor da passagem, os beneficiados estarão
de rabo preso com a empresa e irão aprovar o valor solicitado”, disse.
Segundo
o homem, o esquema é imperceptível, pois às vezes o político precisa
aprovar apenas alguns centavos a mais, pois como são milhares de viagens
isso resultaria em um grande lucro para as empresas. “Vocês nem
imaginam o que representa um único centavo a mais em cada passagem. No
fim do mês significa muito dinheiro”, conclui.
Manifestação do sábado
E ainda vai continuar as manifestações... O Povo de Ipaba Acordou!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!