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18 de set. de 2010

Área de ocupação irregular gera impasse em Ipaba


IPABA – Os moradores da área de ocupação irregular conhecida como ‘Lagoinha’, na região central de Ipaba, vivem - há anos - um impasse com a Administração Municipal. Uma lagoa que existia no local secou há aproximadamente 25 anos. Desde então, o lugar passou a ser destino para diversas pessoas, que através de ocupações irregulares, fixavam residência naquela localidade. Acontece que a região da ‘Lagoinha’ pertence a uma área de preservação ambiental. A prefeitura tenta retirar esses moradores do local e evitar novas ocupações, enquanto que as pessoas que lá vivem cobram melhores condições de vida.
Os problemas detectados na ‘Lagoinha’ são vários. Os moradores apontaram a falta de uma rede de esgoto como sendo o principal deles. Hoje, o esgoto das casas, que foi feito artesanalmente, cai numa vala que fica à margem de uma passagem utilizada como atalho. Esse esgoto desemboca no Rio Doce.

Os dejetos lançados, além de não receberem qualquer tipo de tratamento, ficam expostos a céu aberto. Essa situação faz com que as pessoas sofram com o mau cheiro e fiquem sujeitas ao contágio por doenças causadas pela água contaminada.

A doméstica Marlene Pires, que mora na região há cerca de 20 anos, disse que a população sofre mais ainda no período de chuvas. “A situação aqui fica ainda mais complicada quando chove. O esgoto transborda e fica tudo inundado com essa água suja. Fica um cheiro insuportável, mas nossa maior preocupação é com a nossa saúde”, falou.

De acordo com a doméstica, a questão relacionada ao esgoto já dura cerca de 15 anos. Ela disse que as obras foram iniciadas com a promessa de que seria construída uma manilha para o escoamento do esgoto. Contudo, somente a vala foi aberta e o manilhamento não aconteceu.

Segundo Marlene, os moradores da ‘Lagoinha’ entraram em contato com a prefeitura, que teria se comprometido a solucionar o problema em fevereiro, mas que até agora nada ainda tinha sido feito nesse sentido.

Abandono total
As pessoas domiciliadas na ‘Lagoinha’ vivem numa condição de completo abandono. Além da questão relacionada ao esgoto, observam-se ainda no local inúmeras outras carências. Não existe iluminação pública, falta pavimentação e o serviço de limpeza urbana não atende a região. Em vários pontos concentram-se montes de entulho e o matagal está tomando conta do lugar.

Mas o fator mais atenuante é que as casas não possuem ligações de água. “A gente tem que contar com a boa vontade dos moradores de outras ruas para conseguir água, senão nem para beber tínhamos”, contou à reportagem do Jornal VALE DO AÇO o encanador Anselmo Rodrigues da Costa.

Ele foi um dos moradores que teve sua obra embargada pela Administração Municipal. O encanador disse que começou a construir em 2007, mas a prefeitura está desde então impedindo que ele termine a obra. “Posso até voltar a construir, mas é complicado. O fiscal vem e pede que eu pare novamente as obras. Estou acatando para evitar ter um prejuízo ainda maior”, disse.

Providências
O Chefe de Gabinete da prefeitura, Marcos Prata, disse que a recuperação ambiental da ‘Lagoinha’ e o reassentamento das famílias estão entre as prioridades da atual gestão. Ele disse que o projeto já foi protocolado e será incluído nas indicações municipais para os repasses federais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Os principais objetivos são remover os imóveis já instalados na região, recuperar as áreas ambientais degradadas e construir uma Estação de Tratamento de Esgoto.

O diretor do Departamento Municipal de Meio Ambiente, Onéias Guerra, disse que a intenção da prefeitura é desocupar toda a área, redirecionando as famílias que atualmente vivem na região para outros lugares.
Segundo ele, existe ainda um problema com a Cemig, uma vez que a concessionária de energia tem realizado as ligações sem a autorização da Administração Municipal, e que vai recorrer dos mecanismos legais para conter essa situação.

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Voz do Povo

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