Pesquise Aqui!

1 de set. de 2011

As mineiras Wanderlúcia Oliveira de Paiva e Patrícia Oliveira vieram diretamente do Brasil para testemunhar no desaparecimento da família Szczepanik


Na quinta-feira (25), o mineiro Valdeir Gonçalves dos Santos fez um acordo com a promotoria pública e confessou sua participação no assassinato da família catarinense Vanderlei, Jacqueline e Christopher Szczepanik, desaparecidos desde dezembro de 2009, na cidade de Omaha, Nebraska. O advogado de defesa do réu, Kevin Ryan disse ao canal de TV 6 News que seu cliente havia pedido para conversar com a polícia e confessar. Nos últimos dias, Ryan disse que Santos levou as autoridades a vários locais onde foram recolhidas evidências do crime.
Os promotores públicos especulam que a família foi torturada e desmembrada antes de ser jogada no rio Missouri. Entretanto, o 6 News informou que os corpos da família Szczepanik ainda podem ser resgatados nas próximas semanas, durante as investigações,
Conforme o acordo com a justiça, Valdeir será considerado culpado por homicídio em segundo grau, com créditos por bom comportamento e tempo da pena já cumprido e; consequentemente, será deportado em 8 anos, após cumprir a pena nos EUA.
Ryan disse que há poucos dias para o final do julgamento, seu cliente mudou subitamente de ideia. “Nas últimas 48 horas ele insistiu em dizer que queria falar com as autoridades, esclarecer as coisas e conceder à família Szczepanik e seus entes queridos uma conclusão”, comentou o advogado.
Ele acrescentou que o aumento da pressão diariamente durante o julgamento e o testemunho da esposa e uma amiga do réu, finalmente fizeram seu cliente confessar.
Don Kleine, promotor público do Condado de Douglas disse que “acho que houve uma sensação de alívio em todas as partes envolvidas, especialmente Tatiana, por encerrarmos o caso e responsabilizar os culpados”.
Valdeir assumiu a culpa com a relação à acusação de assassinato em segundo grau e deverá cumprir 8 anos de prisão, antes de ser deportado ao Brasil. Como parte do acordo, ele testemunhará contra seus dois ex-colegas de trabalho, José Oliveira Coutinho e Elias Lourenço Batista, que também serão indiciados. Kleine planeja pedir a pena de morte para o líder do crime, José Oliveira Coutinho, entretanto, para isso é necessário que Batista seja extraditado aos EUA.
O caso prosseguiu com a chegada de sua esposa, Wanderlúcia Oliveira de Paiva, aos Estados Unidos para testemunhar contra o próprio marido.  Durante a audiência, ela relatou como e porque Valdeir matou Vanderlei, sua esposa Jacqueline e seu filho Christopher Szczepanik, naturais de Santa Catarina.
Wanderlúcia disse aos jurados que seu marido havia confessado que ele e dois comparsas torturaram, mataram e esquartejaram Vanderlei Szczepanik. Então, eles colocaram as partes dos corpos em sacos plásticos, juntamente com pedras, e jogaram em um rio. Várias vezes durante o seu testemunho, Paiva enxugou lágrimas dos olhos. Segundo ela, antes de matarem Vanderlei, Valdeir e seus comparsas obrigaram a vítima a endossar três cheques, referentes ao pagamento pela remoção de material contaminado por chumbo que a companhia de Szczepanik realizou em residências locais.
Wanderlúcia e Valdeir não são casados legalmente, mas viviam juntos no Brasil e possuem dois filhos, de 6 e 7 anos. Durante o julgamento, ela disse aos jurados que “o meu mundo desabou” e que “ela só podia pensar nos filhos” que teve com o acusado.
Os promotores públicos, entre eles John Alazaban, questionaram porque Paiva havia negado inicialmente ter qualquer conhecimento do triplo homicídio. Ela respondeu que “não sabia o que fazer na ocasião. O que ele (o réu) havia feito foi bastante errado, mas era o pai de meus filhos”.
Em Ipaba, interior de Minas Gerais, a confissão de Valdeir surpreendeu famílias. A expectativa de parentes e amigos na cidade era de que ele fosse inocentado, uma vez que os corpos das vítimas nunca foram encontrados.
“Nossa vida virou toda. Tem gente que acha que meu irmão matou essas pessoas, que ele não presta. Ainda mais agora que o outro (Valdeir) confessou”, disse a dona de casa Cleonice Oliveira, de 35 anos, irmã de José Carlos Coutinho, segundo o portal eletrônico Uai.com
“Acham que ele tem envolvimento nas mortes. Por ter sido solto e estar aqui, acham isso injustiça. Só que ele é um trabalhador”, disse Ezequias de Araújo, de 30 anos, primo de Elias Batista, cuja família enfrenta um clima de hostilidade na vizinhança.
“O advogado dele nos EUA disse que logo ele seria solto. A gente estava esperando ele ligar dizendo que tinha sido solto e, de repente, soubemos que ele confessou. Alguma coisa fizeram com ele lá”, defendeu Eugênia Gonçalves do Carmo, de 73 anos, avó de Valdeir, cuja família organizava uma festa para o seu retorno ao Brasil.
Os familiares dos réus em Minas Gerais acusam as mulheres de Valdeir, Wanderlúcia Oliveira, e de José Carlos, Patrícia Oliveira Coutinho, de terem sido levadas aos EUA especialmente para prejudicar ambos.  Durante o julgamento, Ryan perguntou se Wanderlúcia pretendia permanecer nos EUA. Ela confirmou a possibilidade alegando que correria risco no Brasil, principalmente após testemunhar contra o próprio marido e, portanto, temia represálias da família de Valdeir.
Em seu testemunho, Patrícia disse que Valdeir contou-lhe que seu marido queria vingar-se de Vanderlei porque ele havia demitido José Carlos, seu chefe de equipe, e o contratado novamente por um salário mais baixo.
O terceiro réu, Elias Lourenço Batista foi deportado e atualmente reside com a família no interior de Minas Gerais.
Patrícia assumiu que também não deseja retornar ao Brasil. “Tenho medo de voltar ao Brasil devido às ameaças que recebi lá”, disse ela. “Tenho muito medo”.
A enteada de Vanderlei, Tatiane Costa Klein, de 28 anos, foi chamada ao Condado de Douglas, Nebraska, para dar seu consentimento no acordo de redução de pena em troca de uma confissão do réu. “Concordei, pois espero que a justiça seja feita”, disse ela.
Atualmente, o Nebraska, que baniu a cadeira elétrica e adotou a injeção letal no começo de 2008, possui 11 condenados no corredor da morte.
Em virtude dos depoimentos dados por Wanderlúcia e Patrícia nos EUA, incriminando os maridos, a relação entre as famílias em Ipaba é tensa. A irmã de José Carlos, Cleonice de Oliveira, de 34 anos, não se conforma com a acusação de que ele e Valdeir teriam assassinado e esquartejado os três membros da família Szczepanik.
"Ele é inocente, sei disso. O pecado dele foi dar vida boa para a esposa, que ficou fazendo festa na casa onde mora", desabafou Cleonice ao diário Hoje em Dia, em 28 de julho desse ano, um mês antes que Valdeir confessasse o crime.

Um comentário:

Gessica disse...

Se O proprio acusado,Valdeir confessou o crime e entregou seus compassas, oq mais estas familias de Ipaba precisa para acreditar que os tres mataram a familia nos Estados Unidos? Estou horrorizada,principalmente por que mataram tambem uma crianca inoscente de apenas 7 anos, agora estes assassinos vao ter oque merece.lugar de criminoso e na cadeia.

Voz do Povo

Compartilhe